quinta-feira, 1 de outubro de 2009

JORNAL DA PESTALOZZI





Ex-aluna cria bermuda para amputados
Formada em Órtese e Prótese na Pestalozzi, ela usou experiência como estilista

Formada pelo curso de especialização em Órtese e Prótese das Faculdades Pestalozzi, a estilista Simone Soares de Souza está comercializando uma bermuda projetada por ela, especialmente para pessoas amputadas da perna que estão em processo de colocação de uma prótese. A bermuda, batizada de Dicom (Dispositivo de Contenção Muscular) já está sendo vendida em hospitais e clínicas que atendem a amputados e vem sendo indicada aos pacientes que procuram o Laboratório de Órtese e Prótese da Pestalozzi de Niterói.

A bermuda Dicom começou a ser idealizada há dois anos dentro do programa de iniciação científica das Fa­culdades Pestalozzi. Estilista por formação, Simone iniciou os estudos em órtese e prótese e se fixou na proposta de criar uma vestimenta que fosse prática, eficiente, confortável e de melhor aparência para as pessoas que estão em processo de colocação de uma prótese.

— Notava, desde o início do curso, que os amputados necessitam enfaixar a perna na altura da coxa, preparando o coto para receber a perna mecânica. Esse mecanismo apresentava numerosas dificuldades e muitos não conseguiam enfaixar sozinho a perna — conta ela.

Com o auxílio de professores do curso e com o apoio da coordenadora, Rosa Maia, Simone criou a bermuda Dicom que facilita a vida dos amputados. Foram meses de pesquisa até chegar ao produto final que facilita a vida dos amputados e deixa o coto bem preparado para receber a prótese. “Os amputados têm que estar bem preparados para receber a prótese. O coto tem que estar protegido de lesões e atritos e bem cicatrizado”, explica Simone, lembrando que para receber a prótese a musculatura não pode estar flácida, por isso é de extrema importância o uso correto da bermuda Dicom. “É através da bermuda que se matura o coxin (músculo cutâneo do coto)”, explica.

Entre as vantagens da bermuda Dicom, está a de que ela diminui a sensação “fantasma”, comum no amputado, auxilia na auto-estima do paciente e prepara o coto para receber a prótese. A criadora da bermuda Dicom está entusiasmada com a aceitação do mercado. “A bermuda é feita sob medida e não tem contra-indicação, aumenta a segurança e a qualidade de vida do paciente “, acrescenta Simone Soares.

Faculdades Pestalozzi dão

formação de qualidade

Para a criadora da bermuda Dicom, a formação oferecida pelas Faculdades Pestalozzi e o apoio recebido no programa de iniciação científica foram importantes para, a partir da idéia original, tornar realidade o produto. “Tive o apoio dos professores que me orientaram em todo o processo de criação. Desde a concepção até o produto final”, disse Simone.

A coordenadora do curso de órtese e prótese, Rosa Maia, lembra que a bermuda foi testada em quatro pacientes do Laboratório de Órtese e Prótese da Pestalozzi de Niterói e em oito de instituições particulares que lidam com amputados. “Em todos os testes fizemos o acompanhamento direto dos pacientes, vendo e avaliando a sua evolução quinzenalmente, durante dois meses e constatamos uma redução satisfatória da circumetria do coto, que teve uma redução satisfatória, alcançando plenamente o objetivo da colocação da prótese e a sensação de bem estar”, afirmou a coordenadora Rosa Maia.

Curso é único em toda a América Latina

As Faculdades Pestalozzi são a única instituição de ensino superior na América Latina a contar com um curso superior de órtese e prótese. Com formação de dois anos e estágio garantido na Oficina de Órtese e Prótese da instituição, que atende a 44 municípios do Estado do Rio de Janeiro, o curso é autorizado pelo MEC e já formou a primeira turma no final do ano passado.

No mercado, esses profissionais planejam e supervisionam oficinas ortopédicas, além de também realizarem atividades docentes e interagirem com equipes de atendimento na área ortopédica.

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